Por Celso Athayde DO BLOG NOSSO MUNDO
Ontem, meu filho chegou em casa todo animado:
-Pai, pai!
-Fala aí, neguim!
-Pai , quero entrar pra academia.
Imediatamente, dei um sorriso, pois ele está meio gordinho, e eu canso de pedir para fazer exercícios físicos. Mas como ele é muito jovem, 15 anos apenas, a mãe sempre se colocou contra a presença dele em academias. Para não rolar conflitos, nunca forcei a barra. Resolvi esperar. Agora chegou a hora da virada, o moleque resolveu, por ele mesmo, entrar na academia.
Parti pro ataque :
- Filhão, pode fazer sua inscrição que eu pago.
- E se a mãe reclamar ?
- Diz que você quer fazer e eu concordei, e vamos investir no estresse dessa vez, rapá!
O sujeito não pensou duas vezes. Chegou em casa 24 horas depois do meu OK, com ficha, fotos, e pedindo para providenciar o exame médico. Não fiquei feliz somente por ele desejar entrar na academia, mas por sua atitude e iniciativa. Enquanto o garoto partiu para o banho, sobre a mesa da sala, eu vi um saco plástico, ao lado um folder de uma academia de lutas com fotos de vários rapazes fortes e moças também.
- Filhãoooooo! Vou ver esse DVD aquiiii! gritei pra ele na porta do banheiro, nem sei se ouviu.
Coloquei os vídeos, e meu deussssssssssssss!!! A porradaria jorrando pra tudo que é lado, igualzinho aos games que ele joga. Mas agora era o mundo real, o sangue não é mercúrio, não tem dublê. Será que é essa academia ? Se for, ou ele vai se acalmar de uma vez ou então minha vida começa a ficar em risco.
Sempre tive a idéia fixa de que o esporte é saúde, e o boxe , esporte do qual temos alguns ídolos, sempre viveu uma guerra com essa lógica de “esporte saúde”. Afinal, um esporte que tem como objetivo desfigurar o rosto de seu oponente até pode ser divertido, mas saudável é pouco provável.
Hoje, com o avanço do MMA (Mixed Martial Arts), que é um dos esportes que mais crescem em todo o mundo, os praticantes não precisam seguir um estilo específico de arte marcial – fica sempre o nosso respeito aos meus muitos amigos praticantes. E a partir de agora, passo a conviver com a preocupação de ver meu garoto chegando em casa com a cara amassada.
Mas, antes de deixar quero saber: com qual idade você deixaria o seu filho ir para o combate?
Veja os vídeos abaixo:
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