sábado, 7 de janeiro de 2012

Brasil luta nos bastidores por vaga olímpica no taekwondo Após polêmica em seletiva, confederação age para tentar colocar Márcio Wenceslau em Londres como convidado



Márcio Wenceslau foi bronze no Pan de Guadalajara
(Foto: Gaspar Nóbrega / Inovafoto / COB)



 fonte bang e lancenet


A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) está agindo nos bastidores da política esportiva para tentar incluir o lutador Márcio Wenceslau na delegação que disputará a Olimpíada de Londres, entre julho e agosto.
O atleta teve sua última chance de classificação em novembro, no Pré-Olímpico das Américas, no México. Ele foi eliminado na semifinal pelo mexicano Damian Villa na categoria até 58kg, em uma derrota contestada por Wenceslau e a confederação por um suposto favorecimento dos árbitros ao adversário (leia mais abaixo).
 


Sentindo-se injustiçados, Wenceslau e a CBTKD acionaram a Federação Mundial de Taekwondo (WTF, em inglês)  e a União Pan-Americana de Taekwondo (PATU), em busca da inclusão do atleta na Olimpíada de Londres.
Segundo Carlos Fernandes, presidente da CBTKD, foram enviados fotos e vídeos do combate polêmico, e uma carta com argumentos a favor de Wenceslau.
 


– Estou confiante que ele (Wenceslau) vai conseguir, senão a WTF já tinha fechado as portas – falou Fernandes ao LANCENET!.
Em contato com a reportagem por e-mail, o sul-coreano Jeongkang Seo, diretor esportivo da WTF, confirmou o recebimento do requerimento brasileiro. A entidade instruiu a CBTKD a buscar uma vaga para Wenceslau como convidado. A Olimpíada oferece duas vagas chamadas wild card.
 

– De fato, Marcio é um dos destaques do taekwondo e mostra grande talento em nível internacional, incluindo a última Olimpíada (em Pequim), mesmo que ele não tenha se qualificado para os Jogos Olímpicos em Londres – escreveu Seo.
O próximo passo, segundo Fernandes, envolve organismos maiores. A CBTKD irá comunicar oficialmente o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na próxima semana  sobre o procedimento.  O COB, por sua vez, terá de acionar o Comitê Olímpico Internacional (COI)  para fazer o pedido de inclusão de Wenceslau na competição olímpica.
Até o momento, Diogo Silva e Natália Falavigna representarão o taekwondo brasileiro em Londres.



Brasileiros classificam resultado como roubo 


Escândalo, roubo e absurdo. Estes foram alguns dos adjetivos utilizados por Carlos Fernandes, presidente da CBTKD, e pelo lutador Márcio Wenceslau para definir o resultado do combate contra o mexicano Damian Villa.
 


A luta aconteceu em novembro pela semifinal do Pré-Olímpico das Américas, em Queretaro, no México. O vencedor se classificaria para os Jogos Olímpicos de Londres.
O lado brasileiro alega que houve erros nos segundos finais do combate. Wenceslau disse que a arbitragem computou faltas cometidas por ele que não existiram, e que um chute do adversário na direção de sua cabeça foi validado, sendo que não teria acertado de fato.
 

– Foi um roubo o que aconteceu lá, uma falta de responsabilidade – falou Fernandes, por telefone.
 

As regras do taekwondo permitem que a comissão técnica “desafie” algum acontecimento na luta, e peça a revisão do que os árbitros marcaram em um lance. Porém, é concedido apenas um questionamento.
 


– O técnico pode mostrar um cartão quando não concorda com uma marcação. Mas o nosso treinador na ocasião (Fernando Madureira) já tinha usado o cartão antes. Isso chateou o Márcio, foi um erro do técnico – disse Fernandes.



Bate-Bola
Márcio Wenceslau, ao LANCENET!, por telefone
 

LANCENET!: O que aconteceu exatamente nesta situação toda?Márcio Wenceslau: Eu já havia lutado contra ele (Damian Villa) no Pan em Guadalajara, e meteram a mão legal a favor dele. O México é muito forte na política do taekwondo. O Pré-Olímpico das Américas foi lá no México, e com a presença do presidente da federação deles. Na semifinal contra o Damian,  deram umas faltas contra mim que não existiram no fim do combate. A dois segundos do final trocamos chutes e caímos no chão. Ele me chutou, o golpe veio na direção do meu rosto, mas acertou a minha mão. Mesmo assim foram computados pontos para ele. Todo mundo viu que não pegou. Depois da luta eu não queria sair da quadra, mas ficou nisso.

 

LNET!: Você está confiante de que disputará a Olimpíada de Londres?MW: Normalmente os convites são dados a países que não têm chances de medalha, que vão só para participar. Sou o quinto no ranking mundial, é inadmissível que eu fique fora.  Tenho   esperança de ir. Continuo treinando e aguardando este convite, se é que  vai sair.


LNET!: Como está sua situação atual na Seleção Brasileira?MW: Agora no fim do mês terá a seletiva para ver quem vai integrar a Seleção. Se eu já tivesse a vaga olímpica não precisaria participar. Mas como não tenho, não sei o que vai acontecer. Acho que eu não precisaria passar por isso. Vou falar com o presidente e questioná-lo.

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