segunda-feira, 30 de abril de 2012

TAEKWONDO NEWS - Wenceslau Desiste de se Aposentar


Revés atrás de revés, Márcio Wenceslau vai ficando mais longe dos Jogos Olímpicos de Londres. Depois de se considerar injustiçado no Torneio Pré-Olímpico da modalidade, em novembro de 2011, ele ainda não conseguiu provar o erro de arbitragem que tirou sua vaga direta para aquela que seria sua segunda Olimpíada - em Pequim 2008, terminou sem medalha. Enquanto isso, vive com "um pé aqui, outro acolá", como contou em entrevista exclusiva ao Terra.

Nesta entrevista, Márcio Wenceslau conta como o problema o fez cogitar a aposentadoria das competições e fala sobre a expectativa e o nervosismo de não saber se poderá competir pela medalha de ouro.

Terra: Como está a sua vaga para Londres?
Marcio: Um pé aqui, outro lá. Não está decidida ainda minha situação para Londres. Eu estava ganhando a luta, faltavam 20 segundos, e o árbitro começou a inventar faltas que não existiam. O mexicano deu um chute no meu rosto que não pegou, e marcaram pontos para ele. O México tem uma tradição forte no taekwondo, tem o atual bicampeão mundial na minha categoria. O presidente do país estava no ginásio e houve uma grande pressão para que o México se classificasse. Tiraram minha vaga. Conversei com o pessoal do Comitê Olímpico Brasileiro e eles resolveram entrar junto comigo nesse briga. Chegou às mãos do Nuzman, e o COB mandou o caso para o CAS. Estou esperando o resultado. O pessoal do COB me disse que, independente do resultado, é para treinar como se estivesse indo para Londres.

E como é que é treinar para uma competição que você nem sabe se vai?
Para todas as competições que eu treino, vou dedicado 100% desde o início. Aqui também está sendo assim. Mas quando acaba o treino, chego em casa, deito na cama e penso: será que eu vou? E isso dá um desânimo. Converso muito com meu irmão, (Marcel, que faz parte da equipe). Todos me dizem para seguir pensando positivo.

E qual é a última hora?
Na quarta-feira, meu técnico me disse que um técnico do Chile recebeu uma convocação do CAS para ir à Suíça para depor. Mas ainda não há uma data definitiva sobre o julgamento.

Você disse, há algum tempo, que se fosse não a Londres poderia até mesmo abandonar o esporte. Que você precisa pensar no futuro da sua filha e só com taekwondo não dá. Pensando que temos, depois de Londres, os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016, mudou de opinião?
Você falou tudo. Quando se fala em 2016, muda minha cabeça. Só vou parar com o taekwondo quando surgirem novos atletas e esses novos atletas comecem a ganhar de mim. Até 2016 vou continuar.

Então abandonar o esporte antes de 2016, nem pensar?
Parei com essa ideia. Acho que foi coisa do momento. Treinei muito para chegar aos Jogos Olímpicos, muito para conquistar o ouro no Pan. E foram as competições onde fui mais roubado. Naquele momento me abalei muito, mas meu irmão conversou muito comigo. O que aconteceu foi em novembro. Estamos em abril e mudei minha cabeça. Se não der para 2012, que seja para 2016.

Mas seu trabalho está todo voltado para Londres?
Londres seria o ápice da minha carreira. Depois acho que vou começar a cair de rendimento. Está chegando uma garotada nova, e meu corpo pode não reagir da mesma forma no próximo ano. Por isso quero ir a Londres e vou seguir lutando para conseguir.

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